Thursday, December 27, 2007


Fazia muito tempo que eu não escutava The Cure. Muito tempo mesmo. A última vez que eu escutei BOYS DON'T CRY foi num tempo que eu não falava inglês e não entendia as letras. Essa semana, numa sexta-feira fria de começo de outono, com névoa e pouca gente na rua, me inspirei e coloquei o cd prá tocar no meu diskman enquanto caminhava para um dia de treino fora do ambiente de trabalho. No meio do caminho escutei KILLIN AN ARAB e fiquei com uma sensação de revelação todo o dia. Simplesmente adoro quando tenho esses momentos. É o que os filósofos chamariam de momento de contemplação.

Sempre gostei muito de Camus mas cada vez mais tenho noção que ao ler a tradução para o Português perde-se muito do que ele realmente queria dizer. L'ÉTRANGER foi traduzido no Brasil com o título O ESTRANGEIRO. O que é um pouco confuso. Étranger também significa estranho. Estranho de si mesmo. E é isso o que Meursault é. Algumas vezes me senti assim. Um estranho de mim mesmo que ando meio dissociado de minhas vontades. Nessas horas tudo é igual, não há diferença entre o sim e o não, o mal e o bem, o ficar ou sair. É por isso que Meursault não vai embora. Não se defende. Não vê diferença. Nessas horas meus amigos dizem que eu fico sério, sizudo, casmurro. Na verdade, eles não percebem que eu não estou alí. Eu não matei o árabe e também não posso escapar a responsabilidade do assassinato. Tudo é igual.

É por isso que eu acho a letra do The Cure genial. I'm a stranger, killing and arab. Não foi Meursault que matou o árabe. Foi o estranho que num momento de estranheza estava com uma arma na mão. Foi o estranho que disse a Marie que tanto fazia se ela sentasse à mesa com ele ou não. Que disse ao chefe que nunca se muda de vida. Em poucas palavras, o livro está explicado, as razões ou falta de razões estão alí e Meursault deixa de ser um enigma. i'm alive, i'm dead, i'm the stranger, killing an arab...

Tudo isso passou pela minha cabeça num piscar de olhos. A sensação de contemplação me acompanhou por várias horas e é como uma abertura dos sentidos. É como se tudo ficasse mais claro por esses momentos e sua mente trabalhasse com mais facilidade. Algumas vezes entendo porque Proust era daquele jeito. Acho que todos os artistas sinceros. Li o livro outra vez. Já perdi as contas das vezes que re-li o danado e já sei de antemão que essa não foi a última. Um dia quem sabe leio em francês. Mas antes, tenho Jack London esperando por mim...

Friday, December 14, 2007

Monday, December 10, 2007

Windmill


This one was taken using my small digital point and shoot camera. It is a old Kodak 5mp with a standard lens of 35mm. Behind me it was a water canal, so I couldn't get the whole picture the way I wanted. I figure that to take it I would need at least a 15mm lense. The solution? I've taken 4 pictures with an overlap of 25% and join them later in Photoshop. I quite like it.

Friday, December 7, 2007

Thursday, December 6, 2007

Wednesday, December 5, 2007

Agains the wall


I really like this picture because of the composition. There is something out of balance that makes me keep looking at it and it is exactly the sensation I had when I saw the statue in front of the Kunsthal museum in Rotterdam before entering a Salvador Dali exposition. It was preparing my mood for 3 hours of Dali...

Tuesday, December 4, 2007


This is one of my favorite pictures. I've done it in Brugge, Belgium. No especial thoughts came to my mind when I was taking pictures. Only after when I was scanning them it came to my mind the meaning I could attach to the picture. Maybe because of the specific time in my life or what I really think about those things in general, the idea the came first to mind is that "you are responsible for your choices". Also, that makes me wonder how many people (photographers) take pictures and only after creates theories/meaning to them.

Monday, December 3, 2007

Van Goghs



I've finish yesterday evening the book about the life of Van Gogh. Two thinks called my attention at the end. The first one was how aware he was to the commercial side of art. He was not the crazy artist who cut his ear, and he was it as well. But he was very lucid about what makes the wheel turn. And more amazing than anything was that exactly awareness made him end his life. The second point was the connection between Vincent and Theo. Theo died only 6 months after Vincent, whom he was trying to save with his death.

Sunday, December 2, 2007

Tree in Storm


One think that I really like is to go thru my own photos and find one that express how I'm feeling at that moment. A friend of mine said once that most of my photos are somewhat melancholic. Well. This one for sure. I've been sick for over 2 weeks, I'm not cicling, not taking pictures and basically in a horrible mood. All that really looks like a dark sky. But I know it will pass.